Disponível para os sistemas Android e iOS, o aplicativo Cataki surgiu com o objetivo de potencializar o trabalho de catadores de materiais recicláveis que circulam em todo o país
Em conversa com Breno Garibalde, a responsável pela área de Inovação e Parcerias, Elissa Fichtler, contou como funciona a plataforma e qual a importância para a logística dos resíduos urbanos.
Atualmente o aplicativo, sem fins lucrativos, conta com mais de 400 mil usuários e cerca de 4 mil catadores autônomos cadastrados em mais de 500 cidades no Brasil e tem dois objetivos principais: aumentar os índices de reciclagem no país e melhorar a renda e as condições dos trabalhadores que atuam na coleta seletiva urbana.
O bate papo tem cerca de 30 minutos e é uma aula sobre a importância dos catadores, das cooperativas e sobre o potencial da atividade no país. Segundo Elissa apenas 6% das ruas contam com coleta seletiva e os catadores são responsáveis pela destinação correta de 90% dos materiais recicláveis. “Enquanto plataforma a gente também incentiva os usuários a entenderem que o catador não é pago só pelo material que ele coleta. Existe uma prestação de serviço que tem que ser negociada diretamente entre o catador e o usuário.”
Como trazer o CATAKI pra nossa Aracaju?
Ainda não existem catadores cadastrados por aqui e, para isso, a plataforma oferece suporte e materiais aos voluntários que se disponibilizem iniciar o cadastramento desses trabalhadores em qualquer cidade do Brasil.
Além disso é possível cadastrar pessoas autônomas e também cooperativas. O aplicativo tem demonstrado um enorme potencial de educação, trabalho pedagógico e que utiliza a tecnologia pode quebrar muros ao reduzir a marginalização e invisibilidade dos catadores. “Precisamos ter em mente que não é um Uber, os catadores são a relação humana da sociedade com a reciclagem. Esse trabalho sempre existiu e sempre irá existir”, afirmou Elissa.
Para Breno Garibalde, o trabalho dos catadores é fundamental dentro da logística reversa. "Nós enterramos todos os anos 10 bilhões de reais em resíduos que poderiam gerar renda para as pessoas. Os catadores são peças muito importantes do processo que é amplo e envolve esforços da sociedade, governos e empresas, informou.
Questionada sobre o problema das carroças puxadas por cavalos, Elissa disse que como organização não acreditam em soluções simples para um problema complexo como esse e que a equipe está trabalhando em protótipos de carroças movidas a energia renovável, de acordo com cada região. “Para qualquer medida, é importante sempre trazer a realidade do catador para o centro das soluções”, finalizou.
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